A dengue é uma das doenças mais prevalentes nas regiões tropicais e subtropicais do mundo, incluindo o Brasil. Causada pelo vírus da dengue, transmitido principalmente pelo mosquito Aedes aegypti, essa enfermidade representa uma ameaça significativa à saúde pública, com milhões de casos registrados anualmente. Nos últimos anos, a introdução da vacina contra a dengue trouxe uma nova esperança para o combate à doença.
Neste artigo, exploramos o que é a dengue, seus principais sintomas, como ocorre a transmissão e, principalmente, os avanços relacionados à vacina, destacando sua importância, eficácia e limitações.
O Que é Dengue e Como Ela Afeta a Saúde?
A dengue é uma doença viral causada por quatro sorotipos do vírus da dengue (DEN-1, DEN-2, DEN-3 e DEN-4). Uma vez infectada por um desses sorotipos, a pessoa pode desenvolver desde uma forma leve até quadros graves, como a dengue hemorrágica ou a síndrome do choque da dengue, que podem ser fatais.
Principais Sintomas
Os sintomas da dengue geralmente aparecem entre 4 e 10 dias após a picada do mosquito infectado e incluem:
- Febre alta (acima de 38,5°C);
- Dores intensas no corpo e nas articulações (conhecida como “febre quebra-ossos”);
- Dor atrás dos olhos;
- Náuseas e vômitos;
- Manchas vermelhas na pele;
- Cansaço extremo.
Em casos graves, podem ocorrer sangramentos, queda acentuada da pressão arterial e falência de órgãos.
Transmissão da Dengue
O vírus da dengue é transmitido pela picada do mosquito Aedes aegypti, que se prolifera em água parada. Isso torna a prevenção ambiental essencial, como eliminar criadouros e adotar medidas para evitar o acúmulo de água em recipientes.
Além disso, o aumento das temperaturas globais e a urbanização descontrolada contribuem para a expansão do habitat do mosquito, tornando a dengue um desafio ainda maior em termos de saúde pública.
A Importância da Vacina Contra a Dengue
A introdução da vacina contra a dengue é um marco importante no controle da doença, especialmente em regiões endêmicas. Atualmente, existem vacinas licenciadas e aprovadas por órgãos de saúde, como a Dengvaxia® (produzida pela Sanofi Pasteur) e novas vacinas em desenvolvimento, como a Qdenga® (Takeda).
Como Funciona a Vacina?
As vacinas contra a dengue têm como objetivo estimular o sistema imunológico a reconhecer e combater os quatro sorotipos do vírus. A Dengvaxia®, por exemplo, é uma vacina tetravalente, desenvolvida para oferecer proteção contra todos os sorotipos.
No entanto, sua eficácia varia de acordo com a exposição prévia à dengue. Estudos científicos demonstraram que ela é mais eficaz em pessoas que já tiveram contato com o vírus anteriormente, reduzindo significativamente a gravidade da doença e o risco de hospitalização.
O Que Dizem os Estudos Científicos
Estudos publicados em revistas científicas renomadas, como The New England Journal of Medicine e The Lancet, indicam que a vacina Dengvaxia reduz em até 80% o risco de hospitalização para indivíduos soropositivos (ou seja, que já tiveram dengue antes).
Por outro lado, há restrições para pessoas soronegativas (que nunca tiveram dengue). Isso ocorre porque, nesses casos, a vacina pode aumentar o risco de desenvolvimento de formas graves da doença caso o indivíduo seja infectado posteriormente.
Com base nessas evidências, a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda o uso da Dengvaxia apenas para pessoas com comprovação de infecção prévia pelo vírus da dengue.
Quem Pode Tomar a Vacina Contra a Dengue?
No Brasil, a vacina contra a dengue é aprovada para:
- Pessoas entre 9 e 45 anos;
- Indivíduos que residam em áreas endêmicas;
- Pessoas com histórico comprovado de infecção prévia pelo vírus da dengue.
A aplicação ocorre em três doses, com intervalos de seis meses entre elas.
Além disso, é fundamental realizar um exame sorológico antes da vacinação, garantindo que o indivíduo já tenha sido exposto ao vírus.
Limitações da Vacina
Embora a vacina contra a dengue represente um avanço significativo, é importante considerar suas limitações:
1. Restrição Etária: A vacina não está aprovada para todas as faixas etárias.
2. Necessidade de Exame Prévio: Apenas pessoas com histórico de infecção podem se beneficiar da vacinação com segurança.
3. Proteção Parcial: A vacina não previne a infecção, mas reduz a gravidade da doença e o risco de hospitalização.
Essas limitações reforçam a necessidade de estratégias complementares, como o controle do Aedes aegypti e o uso de repelentes.
A Nova Promessa: A Vacina Qdenga®
Recentemente, a vacina Qdenga®, desenvolvida pela farmacêutica Takeda, foi aprovada pela Agência Europeia de Medicamentos e pela ANVISA no Brasil. Essa nova vacina promete ser mais abrangente, podendo ser aplicada em pessoas soronegativas e oferecendo proteção contra os quatro sorotipos do vírus.
Os primeiros estudos demonstraram resultados promissores, com uma eficácia média de 80% e um perfil de segurança mais robusto. A Qdenga® é administrada em duas doses, com intervalo de três meses entre elas.
Prevenção Continua Sendo Fundamental
Mesmo com o avanço das vacinas, a prevenção continua sendo a melhor forma de combater a dengue. Algumas medidas essenciais incluem:
- Eliminar focos do mosquito: Esvaziar recipientes com água parada, tampar caixas d’água e limpar calhas regularmente.
- Usar repelentes: Aplicar repelentes nas áreas expostas do corpo, especialmente em regiões com alta incidência de dengue.
- Instalar telas de proteção: Utilizar telas em janelas e portas para evitar a entrada de mosquitos.
Além disso, campanhas de conscientização são fundamentais para educar a população sobre os riscos da dengue e as formas de prevenção.
Conclusão
A dengue continua sendo um desafio global, mas a introdução de vacinas específicas trouxe uma nova perspectiva para o controle da doença. A Dengvaxia® e a Qdenga® representam avanços importantes, embora ainda apresentem limitações que demandam cautela e exames prévios antes da administração.
No entanto, a prevenção ambiental e o combate ao mosquito transmissor permanecem como pilares essenciais na luta contra a dengue. Ao unir estratégias preventivas e vacinas eficazes, é possível reduzir os impactos dessa doença e proteger milhões de pessoas ao redor do mundo.
A conscientização é o primeiro passo para vencer essa batalha. Por isso, mantenha-se informado e siga as orientações de saúde para proteger sua família e comunidade.
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